Sabe o quanto uma pequena coisa pode nos mostrar tanto?? Pelo jeito, aquela máxima de que em pequenos frascos se guardam importantes fragrâncias está correcto.
Imaginem que num dia destes, meu filho mais velho vem ter comigo e me pede o telemóvel. Perguntei pra que, afinal, será que ele já tinha estourado o saldo do dele e ia estourar o meu?
"É só pra colocar nele um programinha que faz de repelente de mosquitos e outros insectos", respondeu ele.
Eu, meio desconfiada, pensando na patranha que isso seria, entreguei na mão do rapaz o dito telemóvel. Minutos depois me aparece com ele e me explica como funcionava o tal programa, como activava e quais as frequências que poderia escolher.
Sei que certas frequências que não são audíveis aos seres humanos são para os animais, e que algumas são bastante maçadoras para eles. O que me faz ficar encafifada, não é isso existir. É a rapidez com que tudo pode ser feito hoje em dia e adaptado ao nosso universo cibernético.
Se a gente pensar bem, um telemóvel é uma agenda, MP3, camera de filmar e fotografar, tem Internet, GPS, calendário, relógio, dá pra ver TV em tempo real,dá para escrever um blog... e pasmem, dá até pra telefonar!
Podem me chamar de antiquada, até posso ser, mas gosto das coisas separadas, fotografar com a máquina certa, ouvir música no meu MP3, ter a minha agenda em livrinho de papel, essas coisas , sabem?
Nem imagino o sofrimento que será quando uma pessoa que tem um desses telemóveis que fazem tudo, menos lavar roupa, quando perdem o bichinho. Deve ser uma catástrofe.
Ainda sou apologista da carta, ainda sou apologista da foto em papel, do livro, e de todas essas coisas que se podem fazer hoje em dia num aparelho de colocar no bolso.
Não desprezo a tecnologia, mas não me sinto escrava dela.Meu telemóvel já tem uns anos bons, já é considerado um chaço, mas mesmo assim, para aquilo que eu quero, tá muito bom.
A velocidade em que tudo é acoplado em coisas do nosso dia a dia se torna assustador. Mas tudo em nome da economia e da versatilidade do mundo moderno.
Pensem bem, há 30 anos atrás, o dia tinha 24 horas na mesma como hoje em dia. Mas o tempo hoje não rende nada. Mesmo com a vida facilitada, o tempo foge numa correria louca. E o dia se acaba com muita coisa por fazer. Mas penso que muitas coisas que fazemos, são desnecessárias, arranjamos coisas pra fazer e preencher, ou para não pensarmos nas que realmente interessam.
A gente pode ter shampoo 2 em 1, comida congelada, limonada em garrafa, mensagens instantâneas, consola que ajuda a fazer ginástica, mas dizemos sempre que não temos tempo.
Enfim, ou o meu saudosismo do tempo em que tinha mais tempo está atacando de novo, ou estou ficando velha.
Já agora, o tal repelente no telemóvel funciona. Pelo menos não é poluente, não mata os bichinhos (imaginem se eu venho na próxima encarnação com a vida de melga???), e faz com que a gente durma um sono sossegado, sem aquela sinfonia e tapas na cara.
Por quê será que a gente insiste em se estapear na cara na vã tentativa de acertar um mosquito no escuro?
ResponderEliminarMuita preguiça. Frequência anti-mosquito no celular? Eu quero!