sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Casar


O mundo se acabando, o G8 na eminencia de uma reunião de emergência para resolver esta terrível crise económica, e tem gente se preocupando em casar.

Inquietante.

Apesar de ter casado no século passado e ser um dos poucos casamentos que ainda resistem ao tempo, me pergunto por que raios alguém se lembra de casar nos dias de hoje.

Ok, não fui a noiva tradicional, casei só no Civil, com uns poucos familiares. Porque tenho horror à pompa e circunstancia. Tenho horror da palhaçada de um casamento tradicional.

Com tantos problemas no mundo, ontem a pergunta da Pesquisa da Sapo era : está de acordo com o casamento entre homossexuais? E o não estava ganhando.

Eu sou à favor de um relacionamento baseado no amor e respeito entre qualquer tipo de união, homo ou hetero.

Bom, hipocrisias à parte, o mundo é feito destas coisas bobas e meio nojentas. Por um lado, aceita-se que um casal hetero se case, pra daqui uns 3 ou 4 meses se separem por "incompatibilidades" . Mas não se conta a mamata que foram os presentes, e a grana que ganharam no casamento.

E vamos falar sério....quem quer casar, tem que incomodar os amigos e famílias com exigências, com pedidos e apelos absolutamente espatafúrdios??
Quem quer casar, que assuma a responsabilidade total do acto. Exigir o tipo de roupa, as cores e toda aquela mariquice que no mais, só fica na foto mesmo, é uma coisa escandalosa.

Gostei de um casamento feito há uns tempos atrás por uns conhecidos: chamaram amigos e família pra uma daquelas almoçaradas. O povo apareceu descontraído, de chinelo, bermuda, sem pintura e sem frescura. Antes de servirem a sobremesa, chamaram o povo pra uma salinha onde um representante do cartório esperava com o tal do livrinho em cima de uma mesa....

E o casal explicou , que agradecia a presença desinteressada de todos os amigos e parentes, e que já agora, poderiam testemunhar a união deles. Enfim, as pessoas estavam lá porque queiram, porque gostavam de estar lá. E pra quem se ama de verdade, o que interessa é isso mesmo.

E pra quem acredita em deus, este, tanto está numa bela igreja decorada, como numa manjedoura né??? É omnipresente.

E pensar, que pra o povo escolhido de deus, os hebreus, o casamento em si era mais ou menos isto: acordo entre famílias, dote, a noiva conhecia noivo no dia do casamento, iam pra uma tenda....mocavam e assim era consumado o casório.

É a mais pura verdade.

Não esquecendo que, na Idade Média, o costume continuava. A consumação do acto sexual equivalia ao casamento. Isso, só o papa poderia dissolver. E mesmo assim, não era coisa fácil. Bom, Henrique VIII inventou a Igreja Anglicana e fez uso da guilhotina pra poder "dissolver" alguns casamentos incómodos.

Meu povo, escutem o que eu digo, pois é o mesmo que eu digo pros meus filhos: não façam a besteirada de casar no método tradicional: não será isso uma prova de felicidade e durabilidade de um casamento. É o comprometimento que não está vinculado num papel que mais parece uma abertura de sociedade.

Sejam honestos ao invés de abrir lista de prendas. Amem e invistam de verdade no relacionamento ao invés de escolher lua de mel nas Caraíbas.

E sejam conscientes, que casamento é uma montanha russa. E só vai quem tem tomates...

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