Estou numa divisão muito grande, tipo, será que vale a pena levar a sério as coisas? Será que uma boa dose de ironia não é desejável?
Estou muito mais inclinada pra ironia, cansei de me esforçar pelo correcto, certo e bem aceite. Olha, que se dane!!
Mas quando meu filho numa conversa comigo na cozinha me contou que tinha casado na noite passada...
- Pois e mãe, casei porque assim vou subindo meus níveis de experiência.
- ???????????? - cumé que é? Casaste? Como? Com quem?
- Tu não me ouviste? FOI NO JOGO MÃE, NO FFF. Aquele jogo online.
- ?????????? - então agora eu sou sogra de uma bonequinha??? ô meu filho...
E desatei numa gargalhada imensa sob o olhar incrédulo do meu filho mais velho. O mais novo entra na cozinha a procura do jantar, que por aquele passo ia acabar saindo tarde, olhou pro irmão e perguntou:
- A mãe "queimou"? (queimar é um termo aqui de casa que quer dizer que alguém ri tanto até queimar os fusíveis)
- É, queimou porque eu disse que tinha casado no FFF - e olhando pra mim ainda na gargalhada, agarrada numa cadeira, em lágrimas e ele com aquela cara de que precisa internar a mãe.
Depois de um tempo e uns goles de água lá consegui passar um sermão, no bom papel de mãe e sogra, de que casamento por interesse nunca dá certo. E o rapaz olhou pra mim, com aquela cara de quem não tá nem aí.
Quase chegando nos 18 anos, acho muito bem que ele nem me leve à sério neste sermão ridículo. Afinal, os casamentos no jogo em questão é pra isso mesmo. E é daqueles casamentos bem modernos, cada um pro seu lado fazendo pela vida. E nesta altura do campeonato, devo de dizer que concordo plenamente com isso. O convencionalismo, afinal, não trás segurança nem nada de bom que valha a pena lutar.
E mais nada.