terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Bolacha Maria


As mulheres passam pelas mais insultantes situações na vida, e as que me dão mais raivinha, são os exames físicos.

Ginecologicamente falando, tirando a ecografia abdominal (mais conhecida como a tortura da bexiga cheia, onde a gente faz o esforço colossal pra não se mijar pernas abaixo), a posição ridícula da mesa ginecológica, eis que chegamos à mamografia.

Fui fazer uma hoje.

As mulheres todas à minha frente com aquela cara de choro contido, já que o exame pode levar a descobrir algo que não se deseja.
Depois, tem o passa - palavra de " dói como tudo", em que todas saem de lá de dentro com cara de Cristo de quadro, aquele com o coração sangrando. Eu, na espera da minha vez, lendo um romance bem água com açúcar, daqueles que ele é muito lindo, podre de bom, e ela muito alta, magra, com um corpo de tirar o fôlego e com olhos de uma cor que só existe naquele livrinho.

Tentei me abstrair do ambiente.

Quando chegou a minha vez, a moça me perguntou se tinha casos de cancro de mama na família, se eu tinha filhos, se tinha amamentado....essas coisas.

Na hora H, entrei pra fazer o exame, que sei como é feito, espremem as mamocas das senhoras numa máquina infernal.
Me deu um ataque de riso, porque imaginei como seria um exame igual... aos testículos...uma tintingrafia.

A enfermeira olhou pra mim e disse : " Nossa...que animação??!!"

Se ela soubesse o que eu estava a pensar...

Porque falando sério, o campo da medicina fez com que o único exame vexatório que eles tinham, o da próstata, passou do dedo no....pois, para uma simples picada no dedo e pouco mais.

Injusto!!!!!!

Enfim, lá tiraram a foto das minhas mamocas em pose bolacha maria, para saber a resposta daqui um mês mais ou menos.

Continuo achando o mundo mais favorecido aos homens do que pra nós, mulheres....

Fim de papo!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

13...


...gato preto, espelho partido e outras coisinhas mais. Ninguém diga que não tem pelo menos uma superstição. Todo mundo cultiva uma por sabe-se lá porque, mas tem. Umas, nem sabe bem porque, como o meu marido que não pode ver uma tesoura aberta que fecha logo. Quando pergunto porque, ele me responde que era um hábito da tia-avó dele, mas nem sabe o significado.

A superstição é um dos lados da sorte, pois perseguimos a danada todos os dias. Se bem que na minha modesta opinião, a sorte, grande parte dela é feita por nós. Esperar sentado num canto que tudo caia no nosso colo, não dá mesmo. Mas também, viver rodeado de superstições, patuás e coisas afins deve ser cansativo.

E depois, superstição está à milímetros, cagagésimas de TOCs (Transtorno Obsessivo Compulsivo), aquela coisa de que se não acender e apagar a luz 32 vezes, algo de ruim pode acontecer ao dono do TOC em questão. Daí que toda as coisas que são demais, incontroláveis podem ser más pra nós.

E sinceramente, o que me interessa mesmo, é estar viva, com saúde, embora pouco abonada em termos monetários, mas aqui estamos.

A dona Sorte e o senhor Azar, fazem parte da nossa vida como o dia e a noite, o bem e o mal, amor e ódio, guerra e paz. É saber levar a vida equilibrando as coisas que a gente pode ser feliz.

Já agora, estava aqui na sala, assistindo um debate sobre superstições, quando um pombo bateu contra a janela da sala. Ficou meio atordoado e ficou empoleirado nas grades da varanda.
Meu marido, olhou pra mim com cara de caso e disse:

" Como hoje é Sexta Feira 13, isso quer dizer que é um sinal de azar?"

"Não, é o mesmo pombo que todos os dias de manhã vai de encontro a nossa janela do quarto, isso não é azar... é estrabismo..."


Ahahahahhahhahahahhaha

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Aceito o Desafio dos 7 Pecados!!!



É verdade que detesto corrente, não vejo propósito na coisa. Nem gosto daquela coisa : que cor você mais gosta, qual a flor....essas baboseiras. Este eu gosto porque pede uma auto analise, que a gente olhe pra dentro e se veja.

De maneira que, se o assunto engloba falar dos nossos possíveis defeitos, melhor ainda, portanto, aqui vai disto:


Avareza: Nos dias que correm, principalmente neste lado do mundo, eu não exerço a avareza, mas a economia e parcimónia. Não por vontade própria, mas por imposição da conjuntura económica. A avareza quer dizer que alguém tem e não divide, que quer tudo pra si mesmo. Sou aquariana, com uma tendência pra ser uma mãos abertas e perdulária até ao ponto mais incrível. Mas tive que aprender no tapa a ser mais poupada.

Inveja: essa palavrinha tem muito poder. Pra mim, quer dizer que alguém quer uma coisa que a gente é ou tem e não pode, e por isso, fica secando a tua vida por conta disso. Desse mal não sofro. Mas, se me perguntarem se não tenho pena de ver como tem gente que desperdiça a vida de uma maneira estúpida, em como tem gente que não valoriza o que tem, isso sim tenho, pena. Inveja é tão baixo...

Luxúria:um dos jogos mais interessantes da vida humana é justamente o sexual. Ou como bem diz a minha mana, a sensualidade. Porque sexo por sexo só, não passa de uma coisa mecânica, uma coisa que se passa em todo reino animal e vegetal. O que entra mais na luxúria são os 5 sentidos, aquilo que desperta em nós algo que nem sabíamos que tínhamos e que nos maravilha. Engraçado que na literatura , quando falam de "uma paisagem luxuriante" ninguém pensa em pecado, mas sim em algo de tirar o fôlego, lindo, desejável. Tem um triângulo muito interessante entre sexo/sensualidade/desejo. Quando um dos dois falta, aparecem as repentinas dores de cabeça, as dores nas costas ou a lembrança do joelho lesionado naquele jogo de futebol de há 10 anos atrás. Nesse caso, sou uma pecadora.

Ira: Acho desgastante me irar. Ou a idade já me deu a sabedoria de não bater de frente com as coisas. Talvez a única coisa que me tire do sério, seja mentirem pra mim. Nisso, fico possessa. Substituo a ira pelo sarcasmo quando estou irritada, TPM ou na fila interminável de um departamento público. Até porque ira/ódio são irmãos, sou apologista de que sentir isso, atrai o mesmo para mim.

Preguiça: é uma necessidade, um tempo que não considero perdido de vez em quando. Viver o tempo todo a mil, cansa, despreza os pequenos detalhes que fazem as delícias da vida. Não tenho o menor problema em dizer que não fiz algo porque tenho preguiça, porque geralmente, são coisas que não gosto de fazer. Quantas vezes minha irmã me pergunta o que fiz no fim de semana, e eu respondo NADA. Porque me dou o privilégio de tirar o dia pra não fazer nada de "útil" e ficar enrolada no sofá, comendo pipoca, vendo filme ou lendo livro. Acho que mereço esse tempo de preguiça.

Gula: tenho boa boca, como tudo e não fico com complexos de nada. Não tenho facilidade de ganhar muito peso, por isso, não me prendo.Aliás, se perguntarem pra qualquer homem o que é celulite, eles engasgam e dizem qualquer bobagem. Nós é que temos um outro pecadilho chamado vaidade. Mas comer por comer, encher a pança por encher não é meu lema, mas gosto de experimentar receitas novas, doces se quero comer faço. E divido.

Soberba/Orgulho: Achei interessante essa dualidade aí. Pois considero as duas muito diferentes. Como minha irmã disse, crescemos num lar onde os elogios sempre foram poucos, as exigências muitas e usavam sempre uma lupa muito grande pra verem todos os nossos defeitos (assim não viam os seus próprios). Isso fez com que eu crescesse sempre pensando que nada do que fazia estava certo, bem feito e capaz. Isso, destrói qualquer auto estima. Até que alguém que me ama do jeito que eu sou começou a me elogiar. Primeiro, pensei que seria pelo impulso da paixonite aguda. Depois comecei a acreditar que era verdade. E em cada pequena vitória, me sentia orgulhosa pelo resultado do meu esforço. E considero este orgulho saudável. O orgulho de antigos professores que ainda se lembram de mim, que diziam que eu tinha um futuro brilhante à minha frente se seguisse os estudos...isso me deixa orgulhosa. Os meus filhos, meus quase 24 anos de casamento, as vitórias dos meus dois maninhos, porque não posso sentir orgulho por mim e por aqueles que amo??
Agora a soberba...só me lembra de quem não quero e não gosto. Gente vazia e entojada, que pra se sentir grande, diminui os demais. Mas são pessoas tão sós, que a única companhia que lhe resta é a sua soberba. Naaa... isso não faz o meu género.
Sei pedir desculpas quando erro, sei aceitar desculpas quando falham comigo.



Resumo: sou uma pecadora. Gosto de um bom prato, mas gosto de estar rodeada de gente pra dividir a refeição, tenho orgulho nas coisas da minha vida e não invejo o supérfluo, adoro me enrolar com o meu namorido e não me irrito demais. A vida é muito curta. Me dou ao prazer de ter preguiça quando quero sem culpas. Sem um pouquinho de tempero na vida, sem os seus pecadilhos, seriam uma vida tão boba... sem nada...