quarta-feira, 21 de maio de 2008

Os Olhos



..." É por entre a memória
que revive no mundo
por entre a derrota e a vitória
através desse lago imenso e fundo..."


André M. Santos


Trecho do poema escrito pelo meu filho mais novo, que eu como boa mãe galinha, cá deixo toda babada...




quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ok, Ok...


...podem me chamar de pirosa. Eu aguento bem, aliás como todos na nossa família, temos alguns gostos duvidosos.

Mas pra falar a verdade, quando quero ver um filme apenas para me distrair, não fico muito preocupada se ele é um clássico, cult, sério ou para pensar. Diversão é diversão.
Quando digo que prefiro ver a Idade do Gelo, do que qualquer filme do Fellini, provoco reacções diversas. Mas para além de alguém , que nem sei bem quem é, que disse que ele era um génio do cinema, não conheço muita gente que goste de verdade dos filmes dele.

Só aqueles que querem se passar por intelectuais, e que só vêem o filme como forma de subir no status cultural.

Mas voltando à vaca fria, me perguntava quando chegaria o dia em que o Jackie Chan se juntaria com o Jet Li pra fazer um filme giro. E tá aí estreando o Reino Proibido. Uma viagem pela China antiga, onde se fala de lendas, com uma fotografia bonita demais...quero ver!!!

Ufa! até que enfim não é?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Por falar em vacina e olhar perdido....



Seguinte: o pior castigo que me podiam dar, era levar o meu irmão mais novo e meus filhos pra tomar a vacina.

Passo a explicar, minha mãe lembrou de ser mãe, já eu era uma adolescente, daí que quando era pra dar vacina no puto, era eu quem o levava...e chorávamos os dois juntos. Ele porque levava a espetada no rabiosque gordinho, e eu porque ele chorava. Saíamos os dois inconsoláveis do Centro de Saúde.

Depois tive meus dois filhos e a coisa se repetiu. Eles choravam e eu também, embora de forma mais contida, pra não piorar as coisas. Porque eu ia o caminho todo dizendo que não doía nada, era só uma picada e tal e coisa.

Teve uma vez, antes do meu mais velho entrar pra escola primária, que tinha que fazer a prova de tuberculina. A enfermeira, conhecida desde meu tempo de solteira disse pra ele: olha, a gente vai fazer aqui umas picadinhas, depois a gente mede, se estiver tudo bem, nem precisas levar vacina. Passada uma semana, fomos medir a tal bolha, e foi se formando uma fila de crianças da mesma idade dele, todas para o mesmo.

Entramos, mediu-se a tal bolha, e a enfermeira me diz: ele vai ter que levar reforço...ai meu santo...e ele dizendo logo que não ia tomar, que fugia e tal. Bom, tivemos que o segurar, eu e mais uma enfermeira, enquanto a outra lhe dava a picada no rabo. O grito que ele deu foi tal, que quem estava no estacionamento, escutou. Eu fiquei surda do ouvido esquerdo, a enfermeira ficou da orelha direita...nem o balão e um carrinho de plástico que ganhou o fez para de falar : DOEU E MUITO!!!

Quando abrimos a porta do gabinete...os miúdos todos que escutaram o grito do meu filho, estavam com bico de choro, uns já choravam, outros fugiam a sete pés. Um dia inesquecível.

Meu filho mais novo desenvolveu o talento de chorar para dentro, aí sim é que eu chorava mesmo, porque ele olhava pra mim, com aquele olhar " porque mãe?? eu não me porto bem?? que injustiçaaaaaaa!!" Engolia o soluço, só se viam as lágrimas enchendo os olhinhos dele. Que aperto no coração.

Depois, me lembro de ficarem com febre, chatinhos, só querendo colo, mas ausentes e paradões? Nunca!

O bode expiatório


O termo vem em consequência de um costume hebreu, para cada tipo de pecado, era exigido um tipo de sacrifício que viesse a apagar o erro cometido. Na Bíblia, livro onde narram costumes e tradições pré cristãs e cristãs, falam disso mesmo. No livro de Levítico, há uma lista enorme de sacrifícios de animais, pagamentos de multas e por aí afora.
Até deus, esse pai meio estranho, pede a vida de Isaque em sacrifício como prova de fé à Abraão. Lindo não é??

Daí que nos dias de hoje, embora saibamos mais sobre as coisas, estejamos mais informados, procuramos desculpar em outros as nossas falhas. E os bodes expiatórios vão ficando cada vez maiores e mais estranhos. Porque ainda se teima a não enxergar o que é verdade, porque a verdade não é bonita, porque não queremos fazer parte dos erros.

Num dos meus zapings insones, passo pelo programa da Grande O, essa sumidade americana que não tarda nada há de ser mais poderosa que o presidente, falavam de uma coisa estranha, muito estranha.

Acontece que, entre cada 9 meninos nascidos nos EUA, um deles é autista. Um numero realmente assustador. Mas agora, segundo algumas mães, a culpa é das vacinas. Isso mesmo, as vacinas. Porque segundo elas, as vacinas são feitas para toda a gente, e não deveria ser assim, pois segundo elas, as crianças quando tomam a vacina, ficam com o olhar perdido e ausente(??), e as que tem propensão a serem autistas... ficam.

O autismo é uma doença neurológica, que há umas décadas atrás era associada às mãe frias, que não estabeleciam ligações com os filhos, daí que muitas eram separadas deles, as crianças jogadas em instituições, e nada feito como análise da situação.

Só tenho pena de uma coisa, é que ninguém se lembra de pensar, que essas crianças, poderão ser fruto de mães que beberam (socialmente) durante a gravidez, fumaram seu charro, fumaram cigarros, tomaram drunfos, anfetaminas. Nem de uma alimentação errada, plastificada. Nem do ar extremamente poluído, das águas contaminadas com resíduos industriais não tratados.

O problema é a vacina. E anda a AMI, os Embaixadores da Boa Vontade a pedirem fundos para vacinas e medicamentos para salvar crianças de morrerem por Polio, Sarampo e outras doenças infantis erradicadas do nosso mundo "civilizado".

Da mesma forma que não entendo, como ainda tem povo burro como os americanos, que acham que homossexualidade é um problema mental, que "a natureza diz que azul é pra menino e rosa é pra menina". Tadinhas das zebras, que são como diz meu filho mais velho, animais pré históricos, porque estão ainda no preto e branco. Aliás... você já viu um leão azul e uma hipopótamo cor de rosa?? Só se estiver podre de bêbado...

Não sei bem o que se passa na cabeça do povo da auto intitulada "maior democracia do mundo", mas decerto estarão tremendamente assustados com a quantidade de gente saindo do armário e assumindo a sua sexualidade. Ou das letras homofóbicas dos Raps, onde rebaixam à zero a condição feminina, chamando as namoradas de cabras. Medo e ignorância é uma conjunção terrível. Mas numa coisa temos que pensar, como exercício filosófico.

Numa reportagem, falando nos movimentos homofóbicos dos EUA, uma menina dizia que, se os gays tinham direito de dizer que o são e que gostam, ela tem o mesmo direito de dizer que não é e que não gosta de gays.

O gay é o novo "preto" da sociedade.

Porque de uma forma lenta, mas resoluta, esta faixa étnica se tornou forte economicamente e socialmente. São intocáveis. E a América precisa sempre de um inimigo com quem combater, pra esquecer os assuntos que realmente interessam. Talvez, num futuro não muito longínquo, lembrarão de malhar em cima dos militantes de esquerda e dos sindicalistas, tal como foi no começo do século XX.

E os bodes expiatórios, serão cada vez mais, ridículos, apenas para isentar a nossa responsabilidade, a nossa culpa. É triste, não é?

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A Sorte


Com este clima de insatisfação palpável em que vivemos, me vejo de vez em quando tentada a fazer coisas que no meu juízo normal não faria.

Tipo, ler horóscopo de jornal ou revista. É daquelas coisas absurdamente estúpidas que uma pessoa pode fazer. Nem é o ler, é acreditar que aquilo poderá ser verdade. Mas, no contexto actual das coisas, a gente apela pra tudo. E mais, ainda verei num futuro não muito longínquo, uma oferenda pra um orixá qualquer, numa encruzilhada, com as devidas adaptações regionais.

Mas a situação é tal que já de nada duvido. E por isso, eu feita parva, dei em ler meu horóscopo. Claro que tudo começa com elogios, em como sou inteligente (discutível, uma pessoa inteligente não lê horóscopo de jornal e acredita), paciente e tal e coisa. Depois larga uma predição, que tanto pode acontecer como não, e o efeito é igual ao do Melhoral, nem faz bem, nem faz mal.

"...terá uma semana com agradáveis surpresas e notícias de amigos distantes."
Como já vem sendo hábito, e toda gente sabe, Segunda Feira é dia de ir no Banco, onde só tinham em fila 27 pessoas, um caixa funcionando e outra caixa, sem fazer ponta de corno, mastigando bovinamente uma pastilha elástica (vulgo chiclete). E eu vendo o tempo a passar, o autocarro que eu tinha que pegar passar, menos a fila passava do imóvel pra o quase andando.

Foi esta a agradável surpresa?

Saio do Banco já fumegando, e nem eram 10 e meia...mais meia hora esperando o próximo transporte. Ao sol, sem uma nesga de sombra, e eu de preto. Eu mereço.

Vou em outro Banco, coloco o cartão no Multibanco, que resolve para minha segurança, engolir meu cartão. Já tava puta da vida. Furei fila sim, pra indignação de duas ou três tias, meio falidas e cheias de laca e joguei um " o Multibanco comeu meu cartão e agora?"

Tenho que ir no meu Banco, pedir uma carta pra levantar o dito cujo. Fritei. Depois me ocorreu uma coisa: será que eu tinha trazido o cartão caducado e tinha deixado em casa o actual? Nada como voltar pra casa, subir 3 lances de escada e constatar que preciso urgentemente fazer uma arrumação nas minhas carteiras. Já estava bem passada.

Ontem tive que levar meu filho mais novo à uma consulta de desenvolvimento, pra saber se o peste está crescendo como manda a regra. Ainda não eram 9 da manhã e deparo com a mesa do serviços administrativos vazia. Foi tomar café. A consulta era às 9. Fui procurar uma enfermeira pra adiantar a coisa ( pesar, medir, teste de visão) mas tinham ido acompanhar a amiga no cafezinho. Ô sorte...

Depois descubro que quem vai fazer a consulta, não é minha médica, mas sim uma de quem nem ouvi falar. E noutro bloco do centro de Saúde. A consulta com os atrasos começou eram mais de 10 da Manhã. Médica novinha, simpática, educada, nada parecida com a minha sargenta.
O cartão do meu filho, foi recolhido pra vir um novo, o que levará pelo menos entre 6 meses à uma ano. Só alegrias.

Hoje nem saí de casa. Palavra de honra que tinha medo da minha paciência chegar no seu limite, e começarem a chover pérolas de sabedoria quando sentisse meus calos pisados. Adiantou?
Abro o Msn, e constato que um amigo de longa data, e que neste momento vive nos Açores estava online. Mas como são horas de expediente, nem me atrevi a mandar um "Olá". Não foi preciso. Ele puxou conversa. E fico sabendo que ele é outro que entrou pro clube dos divorciados.

Sinceramente.


Eu ainda só estou na Quarta Feira...

domingo, 4 de maio de 2008

Ode à Maternidade


Um casal irlandês, de férias no Algarve, resolve apanhar uma bebedeira de caixão à cova, desabam na portaria do Hotel lá pelas 5 da manhã....e tinham deixado a dormir no quarto 3 crianças com idades entre os 12 meses e 6 anos.

Não vou sequer comentar toda a visibilidade que o caso da menina inglesa desaparecida teve. Nem pelo facto de que nem todos os suditos da Rainha da Inglaterra seres uma cambada de beberrões e Hooligans.

Mas uma coisa é certa, nem toda a agente tem estofo pra ser mãe ou pai.


Lamentável.

Coisas que a gente não entende...


Gosto de ver um bom filme, ou até me proponho a ver um filme menos bom. Não me importo nada de seguir uma série. Mas muitas vezes me fico perguntando, onde está a imaginação e bom senso de quem escreve e produz os filmes e série que andam por aí.

Já nem sequer vou comentar a crise de ideias, e de como se vai beber nas fontes da BD e dos heróis dos quadradinhos. Quem como eu leu Marvel, vê agora surgir das catacumbas do esquecimento o Homem de Ferro. Hell Boy já vai na segunda sequela. E quando não são a BD , vai-se buscar nos vídeo jogos. Batman, com ou sem o seu menino prodígio (uma coisa meio pedófila) já enche o saquinho, e eu nem tenho saquinho.

Os filmes de terror, embora ninguém me explique bem porque, acabam sempre por ser a mesma coisa: se estão dentro de uma casa, sobem as escadas e ficam encurralados. Se descem, se trancam com o bicho ruim lá dentro. Lanterna em filme de terror falha sempre, e quando funciona é de repente pra mostrar o monstrão lá quase filando a cabeça ou pescoço de alguém.

Por falar em lanterna, expliquem-me: lanterna é pra usar durante a noite ou em lugares escuros pra a agente poder ver, não é? Então porque os tipos do CSI Miami usam lanterna debaixo daquele solzão todo, procurando na rua, indícios que só aparecem com uma lanterninha pequenina de merda?
E já agora, eles são como as adolescentes, que telefonam umas pras outras perguntando o que vão levar vestido no dia seguinte?Pra ir tudo combinando umas colegas com as outras???
É que é avassaladora a combinação de cores! Se naquele episódio o tema é amarelo, são gravatas, camisolas camisas....tudo amarelinho, até os suspeitos usam a mesma cor. Só o Horácio é que teima em andar de preto, cinza chumbo ou roxo em Miami. Meu, só o calor que não deve ser.

E ele deve ter um gravíssimo problema de espondilose, escoliose e outras coisas de coluna vertebral pra andar sempre de pescoço torto. Aquela cabeça tá sempre torta... e fala sempre como se tivesse as hemorróidas inchadas.

Falar de séries europeias assim como de cinema europeu, é bom, mas tem pouca divulgação. Teve aí na T.V uma série espanhola, meio nos moldes do 24 Horas. Tem uma alemã no tipo das Mentes Criminosas. Filmes, felizmente tem despontado um pouco mais de criatividade por estes lados. Mas, em questão de divulgação e de aposta, ainda há um longo caminho pela frente.

Enquanto isso, vou vendo as coisas que dão na T.V, e quando perco a minha paciência de vez, desligo e pego num livro.

É que tem coisas que cansam a minha beleza...