quarta-feira, 7 de maio de 2008

A Sorte


Com este clima de insatisfação palpável em que vivemos, me vejo de vez em quando tentada a fazer coisas que no meu juízo normal não faria.

Tipo, ler horóscopo de jornal ou revista. É daquelas coisas absurdamente estúpidas que uma pessoa pode fazer. Nem é o ler, é acreditar que aquilo poderá ser verdade. Mas, no contexto actual das coisas, a gente apela pra tudo. E mais, ainda verei num futuro não muito longínquo, uma oferenda pra um orixá qualquer, numa encruzilhada, com as devidas adaptações regionais.

Mas a situação é tal que já de nada duvido. E por isso, eu feita parva, dei em ler meu horóscopo. Claro que tudo começa com elogios, em como sou inteligente (discutível, uma pessoa inteligente não lê horóscopo de jornal e acredita), paciente e tal e coisa. Depois larga uma predição, que tanto pode acontecer como não, e o efeito é igual ao do Melhoral, nem faz bem, nem faz mal.

"...terá uma semana com agradáveis surpresas e notícias de amigos distantes."
Como já vem sendo hábito, e toda gente sabe, Segunda Feira é dia de ir no Banco, onde só tinham em fila 27 pessoas, um caixa funcionando e outra caixa, sem fazer ponta de corno, mastigando bovinamente uma pastilha elástica (vulgo chiclete). E eu vendo o tempo a passar, o autocarro que eu tinha que pegar passar, menos a fila passava do imóvel pra o quase andando.

Foi esta a agradável surpresa?

Saio do Banco já fumegando, e nem eram 10 e meia...mais meia hora esperando o próximo transporte. Ao sol, sem uma nesga de sombra, e eu de preto. Eu mereço.

Vou em outro Banco, coloco o cartão no Multibanco, que resolve para minha segurança, engolir meu cartão. Já tava puta da vida. Furei fila sim, pra indignação de duas ou três tias, meio falidas e cheias de laca e joguei um " o Multibanco comeu meu cartão e agora?"

Tenho que ir no meu Banco, pedir uma carta pra levantar o dito cujo. Fritei. Depois me ocorreu uma coisa: será que eu tinha trazido o cartão caducado e tinha deixado em casa o actual? Nada como voltar pra casa, subir 3 lances de escada e constatar que preciso urgentemente fazer uma arrumação nas minhas carteiras. Já estava bem passada.

Ontem tive que levar meu filho mais novo à uma consulta de desenvolvimento, pra saber se o peste está crescendo como manda a regra. Ainda não eram 9 da manhã e deparo com a mesa do serviços administrativos vazia. Foi tomar café. A consulta era às 9. Fui procurar uma enfermeira pra adiantar a coisa ( pesar, medir, teste de visão) mas tinham ido acompanhar a amiga no cafezinho. Ô sorte...

Depois descubro que quem vai fazer a consulta, não é minha médica, mas sim uma de quem nem ouvi falar. E noutro bloco do centro de Saúde. A consulta com os atrasos começou eram mais de 10 da Manhã. Médica novinha, simpática, educada, nada parecida com a minha sargenta.
O cartão do meu filho, foi recolhido pra vir um novo, o que levará pelo menos entre 6 meses à uma ano. Só alegrias.

Hoje nem saí de casa. Palavra de honra que tinha medo da minha paciência chegar no seu limite, e começarem a chover pérolas de sabedoria quando sentisse meus calos pisados. Adiantou?
Abro o Msn, e constato que um amigo de longa data, e que neste momento vive nos Açores estava online. Mas como são horas de expediente, nem me atrevi a mandar um "Olá". Não foi preciso. Ele puxou conversa. E fico sabendo que ele é outro que entrou pro clube dos divorciados.

Sinceramente.


Eu ainda só estou na Quarta Feira...

1 comentário:

FAXINEIRA disse...

Poxa vida, mas assim é que os dias deixam pra gente a sensação de que mesmo tudo estando errado, a gente consegue se virar!