domingo, 21 de dezembro de 2008
Repetição
Não há nada do que eu goste mais do que música, aprendi a ter respeito pelo efeito que produz nas nossas vidas.
Tenho verdadeiras bandas sonoras para cada uma das épocas da minha vida, e o voltar a escuta-las me recordo de situações boas ou más. Depende.
Mas se há coisa que me revolta os tímpanos, me provoca uma reacção quase beirando a raiva e a revolta, são musicas de Natal.
Não consigo.
Basta entrar num supermercado, num centro Comercial, numa loja, aqui na cidade, até na rua tem música de Natal. Sempre as mesmas. Ano após ano.
Essa repetição, essa coisas nojenta de tudo feliz, tudo amor, Jesus menino ,não me entra. Pior, me revolta.
Outro dia, na caixa do supermercado, perguntei pra moça se ela não ficava louca de ter que escutar durante todo o dia as mesmas músicas, mais o choro das crianças e as reclamações do povo. Resposta dela : "Acha que estaria ainda sã se não me desligasse??"
Olha, sempre disse que tinha o maior respeito por Bombeiros Voluntários, Médicos da AMI, Green Peace e Polícias. Agora, no meu rol de respeito entram as funcionárias de locais comerciais em época natalícia.
E juro, já não posso mais com as iluminações de mau gosto de muitas casas por aqui. Nunca vi tamanha falta de subtileza da parte dos moradores das ditas casas.. e apartamentos.
Espero que o natal passe correndo.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Chorar, a terapia do alívio
Embora muita gente nem perceba bem, mas apesar de tanto eu como a minha irmã termos fama de sermos secas, más e ruins (isto porque dizer a verdade esbarra na má educação, embora sempre procuremos falar disso de forma calma e racional), somos choronas.
É uma coisa sem explicação possível, mas na verdade, somos umas almas estupidamente sensíveis, ou não fossemos as duas aquarianas de gema.
Mas o mais caricato disto, é que não temos por hábito chamar por nomes estranhos aos nossos homens, aos nossos bebés, nem falamos em voz de falsete com animais ou crianças...nem achamos que palhaços e pais natal sejam coisas que as crianças gostem. Não temos a mania que tudo é fofinho, tudo que é cor de rosa é fofo...fofo é muito relativo.
Mas choramos como chafarizes, Madalenas arrependidas por coisas estranhas, outras banais. Minha irmã diz que chora até em anuncio de detergente, felizmente não chego à tanto, senão seria a minha ruína.
Na verdade, já passei por situações embaraçosas, porque da mesma forma que choro por coisas comuns, tenho a tendência estranha de me rir em situações absolutamente descabidas. Funerais, um grande desafio, não há piada que não me lembre nessas horas, ou como desatei a rir, depois de constatar de que tinha tudo pra montar uma tenda de campismo, menos a armação de ferro. E estávamos pra lá de Madrid...podres de cansaço.
Enfim, se não sabem, ficam a saber que a minha irmã diz que tenho gostos Nerd, só porque gosto de Mangás e Animes. E por conta disso, meu filho mais novo já me apanhou chorando (a sério), quando e via um OVA do Rurouni Kenshi (Samurai X pros íntimos). E há pior. Choro só de ouvir determinados temas desse Anime...e meu filho mais velho achou toda a discografia e deu-me...
Mas, fazendo as contas, acho o choro, mesmo que provocado por coisas banais, um grande alívio da alma. E dou pulos de alegria de ter nascido com a possibilidade de poder chorar sem ser chamada de nomes pouco abonatórios. Porque homem não podia chorar, felizmente, os tempos mudam e já podem. Mas ainda não praticam bem este exercício. O último filme que me fez chorar, no sossego do meu lar e longe de olhares pouco amistosos, foi "Duas Irmãs".
Mas sinceramente acho que chorar faz bem, assim como rir, e não sou preconceituosa ao ponto de achar que rir é melhor que chorar.
Agora a sério, há um tempo pra tudo, e acho descabido que controlemos nossas emoções por conta de um bando de gente que classifica música ou Tribos conforme a nossa sensibilidade. Detesto quando me dizem: que coisa mais EMO.
Por muito que explique que meus gostos literários/musicais/artísticos/arquitetonicos não são para serem classificados, muita gente cataloga tudo.
Mas não permito que tente catalogar minhas emoções, meus gostos e minhas escolhas. Nisso sou frontal.
E quando meu filho mais velho passou por um grande desgosto de amor, a única coisa que pude fazer por ele foi abraça-lo de deixa-lo chorar no meu colo. E disse mesmo : "Chora"!!
Resolveu alguma coisa?? Não. Aliviou? Sim, um bom bocado. E deixei ele ter o seu tempo de "luto" por isso. ( Ok, chorei junto com ele), é preciso deixar sair aquilo que nos magoa. E nada como as nossas lágrimas, pra limpar de vez o que nos deixa.
De maneira que, vou continuar na mesma fazendo e gostando do que gosto, ouvindo, cantando e dançando aquilo que gosto, sem prestar a atenção do que me chamam ou catalogam.
Sou diversificada demais pra ser rotulada.
E choro.
Relação Amor /Ódio
Não é foto minha...apesar do desespero de FICAR SEM NET durante todo fim de semana...seja desesperador.
Sem contar o quanto o frio me atrofia.
A minha relação amor/ódio com a Net é lendária. Mas sem ela não poderia "falar" com as pessoas que tanto gosto, nem saber das coisas que gosto. Nem garimpar do jeito que eu gosto.
Mas o frio, ai o frio...me deixa resmungona e sem muito humor pra dar, e a paciência fica reduzida à um improvável e pouco amigável sorriso.
Mas, irei sobreviver...
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