Numa pequena aldeia, escondida entre pinheiros, azinheiras e oliveiras, vivia um casal com a sua única filha, Maria. Apesar de viverem da lavoura, uma vida nada fácil, viviam modestamente do seu trabalho, e conseguíam dar à filha uma vida tranquila. A mocinha estudou as primeiras letras, depois decidiu ficar só com os 4 anos de escolaridade e ajudar a mãe nas lides da casa.
Nesse tempo, a mãe fiava e tecia linho, cuidava da pequena horta que ficava nas traseiras da casa e criava um porco. Mas a mãe tinha uma grande ambição: ter uma máquina de costura, assim poderia fazer os seus lençóis de linho, sem ter que pedir à outros o favor de os costurar.
E dentro das suas possibilidades, foi juntando o dinheiro necessário para comprar à vista a tal máquina. E comprou. Felicidade geral de mãe e filha! O vendedor entretanto, informou à senhora que deveria mandar alguém lubrificar a máquina, para conservar durante o maior tempo possível as peças.
Assim, a mãe da Maria soube que na aldeia vizinha havia um rapaz muito jeitoso com máquinas, e que não se importava nada de ajuda-la. Portanto, ficou acordado que ele iria lá numa tarde determinada para lubrificar a máquina.
No tal dia, chega à casa um rapaz moreno, de uns incríveis olhos verdes, um sorriso aberto que só vendo. A mãe da Maria indicou o lugar da máquina e ele começou o trabalho. Nisso, chegou a Maria, uma menina pálida, magrinha, tímida demais, com uns grandes olhos castanhos.
Não sei se foi a atracção dos opostos, mas naquela tarde, debruçado numa máquina de costura, o rapaz se perdeu de amores por Maria.
E o rapaz, vira e mexe ia ver se a máquina funcionava bem, se não precisava de nada, só desculpas para ver a tímida Maria. Só sei que depois de tanto vai e vem, o rapaz pediu Maria em namoro e foi falar com os pais, para casar com ela.
Verdade seja dita, ele era 10 anos mais velho do que ela, mas isso não foi impedimento. E ela se mostrou uma caprichosa, muitas vezes, o rapaz ia de bicicleta, fazer os 25 km que separavam uma aldeia da outra, e quando chegava na porta da casa de Maria, esta já se tinha ido deitar. O desgraçado tinha que voltar pra trás...sem ver a namorada.
Verdade seja dita, ele era 10 anos mais velho do que ela, mas isso não foi impedimento. E ela se mostrou uma caprichosa, muitas vezes, o rapaz ia de bicicleta, fazer os 25 km que separavam uma aldeia da outra, e quando chegava na porta da casa de Maria, esta já se tinha ido deitar. O desgraçado tinha que voltar pra trás...sem ver a namorada.
A história fica assim, se não fosse a máquina de costura que a minha bisavó comprou, meu avô Francisco não teria conhecido minha avó Maria. Se os dois não se tivessem casado, minha mãe não teria nascido. Sem isso, esta que vos escreve estas palavras, jamais estaria aqui lembrando destas pessoas.
A máquina de costura?? Ainda a tenho comigo. Velhinha, do começo do século passado, daquelas que trabalha na base do pedal, sem luz, não faz caseado nem prega botão. Mas é uma peça importante da minha história. Porque tudo realmente aconteceu como contei.
Fim.
1 comentário:
Uma história de amor. Verdadeira. Singela e grndiosa. Meus xodós...
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