sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Supostamente é um post de fim de ano



Não me sinto com espírito natalício, nem com vontade de coisa nenhuma relacionada aos lugares comuns desta época do ano. Nada de nada. Porque será que isso me acontece agora?

Será de ter que ouvir nas lojas as músicas de natal, sempre as mesmas, tocando repetidamente até a exaustão cerebral? Será porque vejo crianças com birras monumentais nos grandes centros comerciais, perante a avalanche de brinquedos que a T.V faz questão de mostrar a cada minuto?

Será porque o preço dos ovos subiram sem explicação, o ananás então...estourou de preço alto.

Acho que é um pouco de tudo.

Até presépio me dá raiva...

Fui numa loja a procura de pinhas para acender minha lareira, e lá tinha uma gama enorme de presépios. Pequenos, grandes, detalhados ou não a minha constatação foi a mesma: o tamanho do menino Jesus, deitado lá nas palhinhas. Caramba, o tamanho dele, nem de perto , nem de longe é proporcional de um recém nascido. E dei comigo a pensar:

Será que Maria, mãe dele, era diabética pra ter dado à luz tamanho trambolho?? Aí sim estaria explicado porque é que nos presépios ela tem a cara de quem sofre de uma crise hemorroidal,(imaginem dar à luz tamanho bebé) e não aquele sorriso que nos vem à boca quando temos um filho e olhamos para ele....(a gente baba mesmo).

Também pudera, andaram Maria e José de um lado para outro, ela no lombo de burro, maior viagem, nada de cuidados pré natais, nada de nada.
E porque ninguém se lembra de dar destaque à José? Criou, deu lar, família pra criança, mesmo confuso com aquele história toda de anjo anunciante (melhor que o Predictor), de um pimpolho que nem era dele???

Na realidade, sendo Jesus filho de judeus como era, seria enfaixado como uma múmia, e não ficaria como vemos lá no presépio...uma mal atada fralda, sem uma mantinha pra aquecer os pezinhos!!!!

Ao lado dele e dos pais estavam a vaca e o burro (o que me fez lembrar vagamente o meu 1º parto, o burro do médico que esqueceu de colocar na minha ficha as minhas alergias e a vaca da enfermeira que não sabia como vestir a roupa no garoto), sem querer denegrir a qualidade da companhia, quem é que deixa um recém nascido tomando bafo de animais???

Depois, outra coisa que me dá aquela raivinha....contida, gente que nunca se lembra de mandar um oi, te manda cartão, mail, mensagem pro telemóvel, cheio de boas intenções, mas vazio de acção. E sempre a mesma patacoada...que os anjos te protejam, que nesta data de paz e amor e blá blá blá.....

Mas o que fica no meu Top é o TER que dar presente....ô coisa mais doente.

Não dou presente com data, me recuso terminantemente. "TEM QUE" nunca encaixou bem no meu vocabulário.

Fim de ano chegando, a única coisa que muda na minha vida realmente quando passa de 31 para 1 é ter que colocar nos cheques o /08.

Pra mim, de cada vez que faço uma coisa boa ou não, não fica marcada em agenda, não é dia nacional, nem feriado. Minhas pequenas conquistas não ficam presas à ditadura do calendário e do relógio. Se prende mais com a minha vontade, com meu estado de espírito.

E neste momento, acho que o mundo anda maaaaaaaaaalllll, hipócrita que só vendo.....

E se eu escuto mais alguém dizer que Natal é quando o homem quiser, ou Natal é todos os dias, eu vou esmurrar o primeiro duende que encontrar. Desfaço todas as árvores de Natal made in china douradas e que tocam música. Escavaco as caixinhas das gorjetas (porque se aquela gaja foi sempre trombuda o ano todo e agora se desfaz em sorrisos pra ganhar gorja tá F...comigo).

Todo mundo muda para pior (mais hipócrita) nesta época. E há limite para tudo.

1 comentário:

FAXINEIRA disse...

Pois é, segundo consta, JC é luz. E só à luz é que a gente encontra essas coisas que vc descreveu. Na luz a gente tem capcidade de ver as coisas bem escondidas (e geralmente sórdidas).