quarta-feira, 30 de abril de 2008

Divagações


Entre uma chatice e outra (meu forno estourou, pura inveja da placa) dei comigo a correr os olhos nos jornais deste mundinho em que vivemos.

Sem grandes surpresas, li uma reportagem em que falava do sucesso dos casamentos entre homens feios e mulheres bonitas. Digo sem surpresas, porque é uma constatação à que aos homens nunca se deram ao trabalho de ver.

As mulheres não procuram uma beldade pra desfilar. Procuram outras coisas. Inteligência, sentido de humor, capacidade para escutar, entre outras coisas. E basta um olhar para que a magia aconteça.

Marilyn Monroe casou com o Arthur Miller, Sienna Miller anda toda contente com o Rhys Ifans, Pia Zadora foi casada com Meshlan Riklis, 30 anos mais velho do que ela, e o casal aí de cima, Ric Ocasek está casado desde 1989 com a ex modelo Paulina Poriskova. O que dentro do meio artístico é obra. Não lembram quem ele é?? No clip Drive dos The Cars??

Pois é, poderia ficar aqui desfilando na minha cabeça um rol de casais assim, muito ou nada famosos. Mas tentei pensar ao contrário, qual homem famoso anda ou é casado com uma menos formosa?? Tá difícil não é?

Mulher continua sendo um acessório de sucesso, como carro e casa. Infelizmente é assim. Preto no branco, temos que ser honestos.

Agora o que eu realmente ainda não entendi é como o Ronaldo, o afamado jogador brasileiro, foi se atracar com uma prusta de rua e ainda levou como brinde duas travecas??!!
Bonito ele não é, mas é famoso, já namorou meninas bonitas..e foi se acabar naquelas matravancas??

E depois,a gente fica pensando: bom, cada um é atraído por aquilo que gosta não é? Mas, caramba, se coloquem no lugar das mulheres bonitas que ele já papou e se verem comparadas à aquilo?

Porque há travecas lindíssimas!! Será que o Ronaldo tá ficando sovina e agora pega qualquer coisa de rua? Será que a mãe dele nunca ensinou que não se deve comer porcaria da rua??

Meus amigos, já nada me surpreende!!!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Eu tinha razão


Sabe aquela minha vizinha de cima?? A histérica? Pois é.... está tudo calminho lá em cima. E eu pensando que tudo não passava de uma tomada de consciência oportuna. Mas não.

Afinal eu tinha razão em algumas coisas. A primeira, é que a minha vizinha é uma excelente actriz. Aquele festival todo, mais não era do que uma forma do motorzinho do companheiro pegar e do aviaõzinho dele decolar. E mais, nem casada era com o tipo. A segunda, é que a madame nem casada com o tipo era.

Todo prédio tem aquilo que a gente chama de Agência Lusa, aquela vizinha que fica com o olho colado no ralo da porta, com o copo na parede e que sabe de um tudo do que se passa no prédio.

E eu tenho a sorte de ter duas...

Fiquei sabendo que o distinto saiu de casa, e que agora vive sozinha, mas que já tem novo dono. Mais novo, mas que pelo que parece, houve um ride dentro do carro às 11 da noite em frente do prédio.

Agora falando sério. Cada um ganha a vida como pode e sabe, cada qual sabe as suas limitações e as suas perspectivas de vida. Não me cabe o papel de juiz para dar sentença do certo ou errado.
Nem digo que as pessoas não devam extravasar o seu lado selvagem na cama. Se é assim que gostam, tudo bem. Insonorizem o quarto, de maneira que ninguém seja incomodado pelos uivos gemidos e móveis batendo na parede. Ou então, escolham morar num local isolado, onde podem fazer o chiqueiro que quiserem, sem incomodar ninguém.

Agora um alerta para os homens : Lembram-se daquele filme em que a Meg Ryan finge um orgasmo no restaurante, diante de todos?? Pois é...ser barulhenta não é sinonimo de que o distinto cavalheiro seja competente. Mas se o seu ego se alimenta disso, bom proveito. Mas pense bem, se prefere ser enganado ou pouco habilidoso.

É que a primeira opção, não tem volta, a segunda é uma questão de empenho e aperfeiçoamento.

Fica pra pensar......

Mas que coisa...a tosse!!


Com uma primavera completamente desatinada, em que a temperatura balança entre os 27º ou 12º, não há quem saia ileso desta destemperança. E vem a tosse. Seca, chata, que gosta de cama.

Se tem crianças em casa, sabem bem como é aquela tosse que massacra a noite toda. Mas, como dizia minha avó, para tudo há remédio. E tenho uma receita infalível de xarope pra tosse.

2 cebolas grandes

mel


Cortar as duas cebolas em rodelas e coloca-las em uma tigela de vidro ou louça. Nada de plástico, esmalte ou inox. Cobrir as rodelas de cebolas com mel, tapar bem. Deixar esta mistura por umas 8 horas no mínimo. Depois, é só coar esse xarope, colocar em um frasco com tampa (pode ser frascos de qualquer coisa, se bem que é aconselhado que seja de vidro para ser escaldado antes)
e guardar no frigorífico.

Esta receita não é indicada para bebé, e se a criança tem tosse, leve no médico!!!

Crianças : uma colher de chá até 4 vezes ao dia ( crianças só a partir dos 4 anos)

Adultos : uma colher de sopa até 4 vezes ao dia

A cebola é um leve antibiótico natural e um desinfectante potente.

Meu filho tomou o xarope por 3 dias e ficou tinindo. O gosto pode não ser lá essas coisas, por isso sugiro que coloquem um copinho com sumo por perto, pra tirar o sabor da boca.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Grande coisa....


Saiu o novo trabalho da Madonna.


Grande bosta. Do começo ao fim, nada de novo. Mas também, não esperava outra coisa. Mas com tanta gente ansiosa, esperando que essa coisas saísse na Net, até pensei, "bom vamos ver se vale à pena." A montanha pariu um rato. Pffff.....

Não gastem seu dinheiro com isso.

Outra coisa que me deu que pensar. Eu vi o clip. E dei comigo a imaginar o seguinte:

Imagine que você tem uma tia na família, de 50 anos, que é solteira, de aparência agradável, de corpo enxuto. E ela até gosta de abanar o capacete nas discotecas. E você vai com ela numa noitada de dança e copos.

Se ela fosse dançar tal e qual a Madonna dança, de certeza absoluta, que essa sua parente, estaria usando neste momento, uma daquelas camisas de manga beeeeem comprida e meio apertada no corpo e tomando Torazine.

Mas Madonna pode. E vou te contar. Ela sem os "preparativos" de argamassa e afins, é um susto. Cara lavada é um susto.

Querem escutar uma coisa diferente? Escutem Duffy. Não, não é aquela menina enjoada, a Hillary.

Procurem o cd dos Duffy - Rockferry.

Vale mesmo.

As coisas são como são


Ainda nem sequer cheira a Verão e anda a malta a pensar nas férias. E isso significa quase de certeza, que nós as mulheres, começamos a maratona das dietas, depilações e outras acções pra ficarmos descentes no biquíni.

Sabem aquelas promessas todas de Ano Novo, de fazer mais exercício, dieta, comer mais equilibradamente? Chega Abril/ Maio e a gente se lembra disso. E quer milagre. Como não sou crente, nem tenho fé em nada, acabo por ser mais pragmática. Sou como sou.
Isso em adição à minha idade. Passei a fasquia de querer agradar mais aos outros do que a mim mesma. Uma sabedoria só possível de ser conquistada depois de entrar nos 30 anos. A partir daí, estamos nos borrifando pra barriguinha, a regueifas e pneu.

É certo que uma dieta bem equilibrada nos dará mais anos de vida. Só não sei se quero viver assim tanto tempo neste mundo completamente desaustinado. Vai que ainda fica pior??

Mas tudo bem, a gente tem que ensinar os filhos a comerem bem e de forma saudável. Mas sem exageros, sem fanatismo. E saber respeitar o tal relógio biológico que temos dentro de nós.
Mas as conversas das "tias" de café até dá vontade de rir. Primeiro que o exagero é tal, que se elas realmente seguíssem à risca o que dizem, estariam em forma. Segundo que não há milagres que aconteçam em 2 meses, sem uma lipoaspiração radical e depois esticar e cortar fora o que sobra. Impossível.

Mas também ainda não entendi bem esta coisa de ser magro é ser belo. Juro que não entendo.

Marilyn Monroe, a grande Diva do cinema, usava tamanho 42, assim como a Sophia Loren e outras deusas do cinema. Eram mulheres com formas generosas, anca, perna, peito.
Não essas figurinhas esquálidas, pálidas e sem graça. Tudo fruto de muita cirurgia plástica, fome e laxantes.

Náááá´..... não troco meu corpinho airoso, que apesar dos anos está na sua forma natural. Nem gorda nem magra. Normal. Não me privo de comer um doce, não conto calorias, nem peso as gramas do que como.

Mas ando a pé, pra desespero dos meus filhos, que gostam de andar de carro. Como sopa, base da alimentação saudável, e não me empanturro como se fosse a minha última refeição.

Acho que dá pra ter bom senso em tudo não é??

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A gente paga a língua ou o peixe morre pela boca



Fui criada ouvindo música clássica em casa, aliás, minha irmã já comentou isso no blog dela. Mas eu escutava na marra, fosse Ópera, fosse o que fosse. Imagine fazer uma viagem enorme de carro e no toca fitas Madame Butterfly. E eu me perguntava, se ela estava morrendo, porque não tinha a bondade de morrer de uma vez!! Como réplica, meu pai colocou Dama das Camélias, e aquela gaja ficava no "io moro, io moro" e nunca mais acabava por morrer....

Quando tive idade suficiente pra mandar no que gostava de ouvir, deambulei por vários géneros musicais e prometendo à mim mesma, nunca impor aos meus filhos fosse o que fosse de musical.

Cumpri a palavra, apesar de apresentar, conforme a idade e a curiosidade, diversos tipos de música. Apresentei Pink Floyd, Doors, Queen, Depeche Mode, e Mosart. Meu filho mais velho adorou Mozart, apesar de gostar mais de Rap e Jazz.
O mais novo, de temperamento mais fechado, mais tímido, sempre se sentiu atraído aos Góticos e Havi Metal. Mas adorou Carmina Burana, e continua acérrimo defensor da música gótica.

No zaping habitual, passamos pelo canal Mezzo, onde nem sempre aparece só música clássica, também tem jazz, fusão e afins. Foi aí que descobri Jeff Mills, e que o meu filho gótico descobriu hoje Vivaldi e As Quatro Estações.

"Mãe, tens isso??"

"Tenho sim, queres?"

Sei que empurraram goela abaixo isso, assim como muitas mais coisas na minha vida quando tinha a idade deles. Mas aprendi com os erros alheios, e aprendi deixar espaço para a procura e curiosidade. Deixar que os ouvidos se apaixonem ou não por uma melodia, uma música.

Amar uma coisa, deve ser um acto espontâneo, não imposto. E assim tem sido a minha maneira de ensinar os meus filhos a respeitar os limites de cada um, mas sempre se desafiado a conhecer coisas diferentes.

E assim, meus filhos ainda no começo da adolescência, escutam os pesadões da rocada, como escutam Mozart, Vivaldi e Chopin. Gostam de Jazz, Blues e Jive. Gostam do que gostam, mas gostam de escutar outras coisas. Acho que estou me saindo muito bem.

Modéstia à parte, tenho uma bela colecção musical, onde passa por quase tudo. Percorre quase todos os continentes, e géneros musicais. Porque , quem sabe? Eu posso não gostar de algo, mas meus filhos, meus amigos poderão não é? E não é na diversidade que este mundo é mais colorido??

terça-feira, 15 de abril de 2008

Gente que me irrita


Dá vontade de gritar. Neura pura, raivinha contida. Desprezo total.

Oprah = programa assombrado por Banshees, que com seus gritos ululantes dão cabo do pavilhão auditivo. A apresentadora, repete constantemente que tem um problema com a comida, e dá pra ver bem, por que apesar de tanto $$, aquilo que veste continua ficando mal nela. Tem pavor de ficar pobre, e não tem o menor pejo de dizer em directo no programa, em quem vai votar. Todas as suas fãs, que pouco mais sabem fazer do que gritar como as suas Banshees, poderão a vir votar na escolha dela, por que foi a Oprah que disse.


Tyra Banks = Uma fotocópia rasca da Oprah, com tópicos de programa absolutamente idiotas. Eu sei, eu vi. Como se usar correctamente um rabo de cavalo. Deslumbrada, muito EU, EU, meu site, meu show. Talvez a psiquiatria poderia explicar essa necessidade de atenção exacerbada.
Enjoativa, chata, sem graça, por vezes ridícula, nada mais do que uma carinha laroca.

Madonna = Uma tipa que fez de tudo pra aparecer, que sempre teve uma voz de merda, que sempre apostou mais na imagem do que no conteúdo. Adorada por todas as travecas e mal amadas deste mundo. Todos os discos são a mesma coisa, todas as músicas iguais por si mesmas. teve que implorar aos ABBA uma abertura mais original pra um sucesso (?). Dança sempre da mesma forma, querendo mostrar que aos 50 a coisa continua rolando. E a par do livro de fotos que fizeram a maior escandaleira há uns anos atrás, agora deu em escritora de contos infantis.


Mariah Carey = Começou bem, com uma voz boa e com substancia. Linda , rica e famosa, mas sozinha, ninguém atura aquele feitio de Diva 24 horas por dia. Tentou se matar umas poucas vezes. Agora, deixou de apostar na voz para apostar no corpo. Quanto mais despida , mais vende. Irrita cada faixa do CD.


Tom Cruise = Chato, cada vez que encontra alguém fala da Cientologia, onde parece que é visto como o novo Messias. Casou algumas vezes, faz uns filmes idiotas, onde claro, é o herói. Tem uma legião de fãs, todas com mais de 50 anos. Casou e foi pai. Tadinha da criança. Engordou como um bode, e usa um cabelo ridículo. Ele é ridículo. Tentar estar na moda, não quer dizer que tenha que agredir a sensibilidade alheia. Um traste.

Victória Beckhan = Uma ex (graças aos céus que elas acabaram) Spice Girls, casou com um jogador de futebol em ascensão e a partir daí virou noticia constante. Mais por causa do marido do que por mérito próprio. Não sabe cantar, tem uma voz horrível, parece a Minie cantando.
Ainda não se viu ao espelho, não se tocou que é anoréctica. É um esqueleto com mamas de silicone. Veste mal, pior que ruim. E não tem jeito mesmo.


Por hoje chega. Já desabafei.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vai entender???


Fim de semana muito chato, tempo fechado, cheio de nuvens, frio, nem dava vontade de colocar o nariz fora de casa. Ao ponto de se me acabarem os cigarros e eu sem pachorra de os ir comprar.
Aproveitei que tinha em casa esquecido num armário, uma bolsa de tabaco para enrolar, mortalhas, filtros e a máquina de fazer cigarros. Ahhh, tenho isso por que meu marido comprou, pensando que ficariam mais barato assim, a ideia surgiu depois de um dos últimos aumentos do maço de tabaco. Só que ele tinha que fazer os cigarros, e quem o conhece sabe que a paciência dele não é pra tudo.

No mesmo armário, encontrei alguns cds, de músicas bem antigas, que por falta de espaço tive que encafuar no fundo do dito armário. Tirei-os de lá, aproveitei pra além de tirar o pó, escutar coisas que já fazia muito tempo que não ouvia.

Foi Rick Wakeman, ex teclas do extinto Yes, gravações de 1973 em diante, Alan Parsons Project, Duran Duran, e bato os olhos no The Wall. Quantas lembranças...

Do tempo que estudava, pensava em mudar muitas coisas, em ser muitas coisas...ok, todo adolescente pensa nisso. Mas me lembrei de uma coisa, que até penso que terá algum paralelo.

The Wall foi feito numa época de mudanças, A Dama de Ferro era a Primeiro Ministro do reino Unido, A Guerra das Maldivas, todo mundo falava da SIDA, repensava-se o modelo escolar, onde era uma verdadeira máquina de fazer chouriços. Nascia o movimento Punk!!!

A bem dizer da verdade, éramos faladores, bagunceiros, brincalhões, mas nunca, nunca ouvi dizer de um aluno que agredisse um professor ou professora. Faltávamos às aulas?? Claro que sim, até ficar bem perto do limite de faltas. Mas aquilo que se vê hoje...

Por outro lado, também os professores não eram os gajos porreiros de hoje em dia, que querem passar por amigões dos alunos. Eram professores, e eu que estudei em Liceu, tive como professores verdadeiros Senhores Doutores. Davam-se ao respeito. Não berravam para se fazer ouvir, ou faziam ameaças de zeros e faltas a vermelho. Foram ensinar por gosto, não por falta de saída profissional.

Outro dia, um professor do meu filho, já efectivo na escola há mais de 20 anos, me contou, que muitas candidaturas para vagas na escola foram rejeitadas...por erros crassos de português. Sem comentários. Candidaturas de futuros professores/as. A Educação anda caindo pelas tabelas.

E tá aí, eu que fui da geração The Wall, Sex Pistols, Ramones e The Chash, acabei por ser de uma geração que se divertiu à brava, mas sem prejudicar ninguém, nem à mim mesma.

Vai entender.....

domingo, 13 de abril de 2008

Provocação


O meu primeiro ministro, o sujeito aí de cima, e mais o seu clã de desocupados mentais e coçadores de rabos, decidiram fazer uma lei em que proibiria o uso de piercing e tatuagens em certos locais do corpo. Nossa, realmente é tudo aquilo que o país precisa para acabar com o desemprego, insegurança, uma saúde nas lonas e uma economia de rastos. Eureka!!!

Os iluminados deste país descobriram uma outra forma da ASAE f...er com o povo. Abençoados!!
E tenham atenção , qualquer dia, vai ser proibido o uso de cortes de cabelo fora do comum, que os homens tenham cabelos compridos ou sequer usar brinco.

Isto sim, é que seria uma lei que fazia falta neste país de carneiros. Arre! Não é que agora me deu mesmo uma vontade enorme de fazer uma tatuagem bem....sugestiva. E bem visível.

Agora, o descalabro no restos dos assuntos de suma importância pro país, podem esperar.
Meus senhores, repito, não é a toa que Salazar foi escolhido como figura do século XX português, e ainda saudosamente lembrado por muitos. Por que Portugal, nunca esteve tão mal...

Apelo aos que reclama deste governo, que nas próximas eleições, ao invés de ficarem sentados em casa reclamando dos que desmandam neste país, vão votar. Lembrem-se, nas últimas eleições houve 64% de abstenção. Tudo culpa de quem nem ligou ao direito que tem.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Sopa da Pedra



A Sopa da Pedra, será talvez, uma das mais saborosas sopas deste país. Basicamente é um aproveitamento de vários ingredientes, tendo cada pessoa a sua versão, não deixando por isso de ser tão boa. Digamos que é um cartão de visita do Ribatejo, onde parece que ela nasceu.

Mas gira em torno dela uma lenda de como foi "inventada", e como toda lenda, tem um fundo moral. Então, vou contar aquilo que sei sobre esta sopa.

Na época que as tropas francesas invadiram Portugal e a família real deu de fosques para o Brasil, o país estava em plena convulsão de batalhas e lutas pela soberania.
A população, com medo e desconfiada, não via com bons olhos a chegada de qualquer desconhecido em suas aldeias.

E é nesse clima, que um frade franciscano chega à uma pequena povoação algures no Ribatejo. Com fome e necessitando de abrigo, bateu a várias portas pedindo a caridade de uma malga de sopa e uma enxerga para passar a noite. O povo, nem sequer lhe abria a porta, temendo que fosse um espião ao serviço dos franceses.O frade ficou intrigado com o comportamento da população. Mas teve uma ideia luminosa.

Bateu de novo à uma porta e pediu emprestado um caldeirão onde pudesse fazer uma sopa única e deliciosa. A Sopa da Pedra. Intrigados, os donos da casa deram-lhe um caldeirão e depois puseram-se a janela para ver que raio de sopa sairia de um caldeirão sem mais nada do que água e uma pedra.

O frade vai para perto do fontanário, lava bem uma pedra, coloca-o dentro do caldeirão, acende o lume, enche-o de água e com um pau começa a mexer como se de uma sopa se tratasse. Por essas alturas, toda a povoação estava por detrás das janelas observando esse espectáculo insólito.

Quando o frade sentiu que todos os olhos estavam postos nele, resolveu falar em voz bem audível.

" Se eu tivesse uma pitadinha de sal, esta sopa ficaria ainda melhor do que já está!"

O casal que tinha emprestado o caldeirão, resolveu sair de casa e perguntar ao frade tresloucado, se sopa sabia bem. Ele afirmou que estava boa, mas que poderia ficar melhor com uma pitada de sal. Bem dito, bem feito, logo chegou a pitada de sal para o caldeirão.

Mas depois, o frade falou novamente ao casal, que se tivesse uma cabecinha de nabo, ainda ficaria melhor. O casal se desculpou por não ter nabos, mas foram falar com os vizinhos, que de tão curiosos que estavam, não só emprestaram a cabeça de nabo, como foram ver a confecção de tão assombrosa sopa.

O frade cortou o nabo em bocadinhos e deitou para o caldeirão. "Sabem meus irmãos, isto agora parece o manjar dos anjos, se bem que com um punhadinho de feijão ficaria muito melhor."
Outro habitante da povoação se prontificou a dar-lhe o punhado de feijão. E sempre mexendo com o pau a sopa e sorrindo para todos, ia pedindo um novo ingrediente para ela: um pedacinho de chouriça, uma farinheira, orelha de porco, carne de porco, cominhos, cravinho e uma batata partida aos bocadinho. Por último, viu perto de uma eira, um pé de coentro com o qual finalizou a sua sopa. E todos os ingredientes foram dados por cada um dos curiosos habitantes deste povoado. Cada qual deu o que tinha, pouco ou muito, mas sempre levados pela curiosidade de saber, qual o sabor da Sopa da Pedra.

Quando o caldeirão deitava cá para fora aquele cheirinho delicioso, o frade então pediu:

"Meus irmãos, que cada qual vá buscar uma malga para provar desta sopa".

E foram a correr, cada um à sua casa buscar malgas, esquecendo porém, que umas horas antes, tinham negado dar ao frade uma malga de sopa e algum conforto para a noite.

O frade encheu as malgas com a sopa, todos comeram e se deliciaram com ela, no final, o frade explicou que, mesmo nos tempos difíceis, onde não temos grande coisas para dar, podemos nos juntar para fazer algo de muito bom. Por mais modesto que seja o nosso contributo de dar, este, é sempre importante.

O povo envergonhado (mas de pança cheia, diga-se de passagem) entendeu a mensagem. E a receita da sopa, tem passado de geração em geração, embora a mensagem tenha-se perdido pelo meio.

Esta lenda, embora muito inocente, tem ainda o seu valor. Podemos ter perdido muito com a chegada desta vida agitada, de corre corre diário. Mas a verdade, é que só pensa em solidariedade no Natal. O resto do ano, passa em branco. Perdeu-se o movimento cívico, perdeu-se o senso comunitário. Hoje estamos virados para o EU, e pouco mais.

Se você tem roupas velhas que não usa mais, dê à um lar de terceira idade. Seus filhos tem livros infantis que já não lêem? Livros escolares que já não servem para nada? Procure a Liga dos Amigos do Hospital da sua zona de residência e doe.Há crianças internadas que continuam a estudar. Perguntem se necessitam de ajuda de voluntariado, apenas um par de horas por semana. Mesmo que seja uma pequena contribuição, ela sempre fará a diferença. E sabe, a vida sempre é mais simpática com você, se der um pouco de si aos outros. Você dá o sal, eu dou o feijão, aquela dá a batata... e fazemos uma bela sopa não é??



Bom proveito.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Pequeno Tornado... uma ova!!!


Quem escuta as notícias, fica sempre com uma vaga ideia de que está sendo enganado. Pela dimensão do estrago aí em cima na foto, dá para ver que o tornado que passou hoje por algumas localidades de Santarém, não foi assim tão pequeno.

E nunca vi povo mais impreciso do que jornalista, primeiro são dois mortos, a gente muda de canal, passam para três, e se continuarmos a mudar de canal, vai-se a ver e já morreu uma porrada de gente.

Depois tem aquela coisa tremendamente infantil de : "somos os primeiros a dar a notícia". Que bando de pacóvios. É isso mesmo que interessa?? Ser o primeiro, ou, informar correctamente a situação?

Quem escutou as notícias, dá a impressão que tudo não passou de uma bufa pós feijoada transmontana.

É impossível!!! Só seria tornado de respeito se fosse um F4?? Vai dizer isso pro povo todo que ficou sem emprego, sem casa e sem saída.

Estes jornalistas são loucos, como bem diria o Obelix.

Com um jornalismo deste, o que se pode esperar das notícias??


E vou dizer mais o que???

Estou aqui de pedra e cal...mais ou menos




Já era para ter escrito qualquer coisa na Segunda - Feira, o meu inferno semanal, mas achei que seria demais estar sempre a xingar este dia da semana onde tudo acontece. Se bem que acordei na madrugada desse dia, estremunhada por causa dos berros de um noctívago que berrava em plenos pulmões : " EU QUERO MORRRREEEER", pelo menos uma 20 vezes. E não houve uma alma caridosa que acabasse de vez com a agonia desses desgraçado que tanto chamava pela morte. Ele também poderia usar a imaginação e se jogar do viaduto, ou do castelo...mas não. Só berrava em plenos pulmões.

Nem vou falar de ter perdido a hora de me levantar, são daquelas coisas que a gente não pode remediar: esqueci de ligar o despertador.
Dos meus dois filhos terem perdido as as duas primeiras aulas do dia, aliás... foi o meu mais velho que foi ao quarto me perguntar se a gente ia ou não se levantar...foi um dia que começou mesmo com o pé esquerdo.

Sem contar a meia hora que andei atrás dele, do mais velho, pra lhe dar o xarope caseiro pra tosse, que é tiro e queda mesmo, só tem o inconveniente de levar cebola, não tem o gosto, mas o cheirinho, está lá sim.

Nem vou sequer falar da ida ao Banco, é para esquecer. Vou falar de uma coisa que me deixou a pensar:

Ia eu no autocarro, pensando na minha vida e meio ensonada, quando escuto uma senhora contando para outra, que acorda religiosamente , todos os dias, pelas seis da manhã. E que não precisa de relógio, nada, até nas férias acorda a essa hora. Me deu arrepio.

Não gosto da minha vida condicionada pelo relógio. Aquele que faz tic tac, aquele que me acorda todos os dias, o que me diz as horas em que tenho que fazer as coisas. Infelizmente, a vida não me permite viver do meu relógio natural, o biológico, aquele que uso nas férias. Nessa altura, como quando quero, durmo quando e quanto quero, faço as minhas actividades só quando me apetece.

Infelizmente vivo na ditadura do relógio, do despertador. Justo eu, que segundo a minha mãe dizia, tenho sono igual de morto (morto sonha?). Mas a verdade, é que se formos ver bem, no fundo somos animais. E se a gente for ver bem como os animais se comportam, eles comem quando querem, e dormem quando lhes dá na real gana.

Quem é que não sentiu aquela sonolência depois do almoço, onde ficamos de olhar fixo ,perdido sabe deus onde, pensando na morte da bezerra? Em algumas empresas europeias, estão adoptando a hora da sesta. Nisso, os espanhóis estão anos luz à frente do resto do mundo, la siesta, que são mais ou menos umas 3 horas, é facto consumado por lá. Precisa de ir numa loja? Precisa de ir no supermercado?? Tás tramado. Fechado pra hora da siesta. Mas em compensação, trabalham até às onze da noite ou mais.

De todas as invenções feitas pelo homem, pra mim, o relógio e a bomba atómica estão elas por elas. E daria pano pra manga uma pesquisa séria sobre os nossos hábitos e o relógio. Quem sabe, aquelas mães que reclamam tanto porque os filhos comem mal, não estarão apenas, dando, forçando alimentação na hora errada?? Porque é que eu tenho que ter fome pra almoçar ao meio dia ou à uma?? Quem convencionou isso?? Eu é que não fui de certeza absoluta. Sou completamente à favor do uso do relógio biológico. Isso, seria perfeito, num mundo perfeito. E o meu não é.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Outra confissão



Já faz parte do folclore familiar, as minhas partidas de 1º de Abril. Comecei muito cedo, alias, sem ser nesse dia necessariamente. Sempre preguei partidas em todos.

Nasci contra as expectativas de todos, meu pai teve um acidente, que segundo os médicos, o deixaria...uns tempos sem nadadores em condições para engravidar ninguém. 4 meses depois de terem se casado, minha mãe ficou grávida de mim... em Abril.

Sobrevivi à uma viagem em carrinho de bebé desgovernado ladeira a baixo, acabando tudo no fim da rua, de carrinho virado e eu comendo um bombom.

Depois, quando meu irmão nasceu, quase dois anos depois, tive a minha primeira crise de asma, culpa dele, de tão feio que nasceu. Olhei pra ele, e fiquei roxinha, sem ar. Isto, contado pela minha mãe. Mas sobrevivi à essa crise e mais outras que se sucederam. Muitas idas ao hospital em horas insones, minha madrinha me levando muitas vezes para lá, de avental e chinelos no seu Wolksvagen carocha, um stress só.

Cresci e descobri as delícias do 1º de Abril, como poderia dar sustos valentes aos meus pais. Eu tinha que provocá-los de alguma forma, e esse dia era o meu dia D.

Ainda e lembro do dia que cheguei em casa, tinha comido muita porcaria na rua (pizza, coxinha de galinha, pastel de feira, bebido guaraná e coca cola até ficar verde), e meu pai me perguntou porque eu estava com cara de quem ia vomitar... respondi que estava grávida.
A cara dele e da minha mãe, ainda tenho bem gravadas na minha memória, da fúria da minha mãe indo pro telefone pra falar com o nosso médico...e dos dois meses de castigo que apanhei, depois de ter dito "1º de Abril!!!"

Depois disso foi um rol de petas, que só me enchiam de alegria, porque eles acreditavam. O que trouxe alguns dissabores quando eu dizia a verdade de algo realmente sério.
Fui povoando a minha vida entre o 1º de Abril e as verdades. Fui me divertindo.

No ano passado, foi a peta mais bem feita que pude arranjar, com a cumplicidade do meu marido, mestre em histórias rocambolescas, que deu credibilidade à tudo. E comecei cedo a preparar, em Março!!
Disse que andava zonza, que tinha desmaiado... e a minha mãe ralhando comigo pra eu ir num neurologista. Disse que já tinha exames marcados, e tudo isso, fui me fazendo de doente...quando falavam comigo pelo Skype, eu fazia aquela voz de doentinha e tudo, e fazendo força pra não rir.

Na véspera do dia D, disse pra minha irmã que ia fazer um exame no Hospital de Santarém, que depois diria o resultado. Pra dizer a verdade, eu fui pra Santarém, fui ao Shopping, fui dar umas voltas...e numa esplanada mando uma mensagem pra minha irmã e mãe: fiz uma eco, estou grávida de novo, mas agora de gémeos, estou de 14 semanas.

Imaginei a cena, minha mãe descendo do primeiro andar, minha irmã saindo do rés do chão e as duas se encontrando no meio da calçada...que delícia!!

Recebi parabéns de muita gente, meu cunhado que ainda só conheço via net me deu os parabéns, o namorado da minha mãe ( atenção, ela é viúva ) que é grego, também me passou os parabéns. De noite em casa... minha mãe preocupada comigo, afinal, como eu ia fazer?? Os filhos maiores, mais dois pra andar pra cá e pra lá...só desfiz a coisa no domingo.

Hoje minha irmã disse que a minha mãe perguntou se tinha falado comigo. Era pra não esquecer que hoje é 1º de Abril, e que eu poderia pregar alguma partida.

E preguei. Contra todas as expectativas, este ano eu não fiz o meu dia D. Essa foi a minha partida. Todo mundo esperando o que eu iria inventar, e nada de nada.

Pro ano, quem sabe o que vos espera??? Me aguardem...

Vou confessar

Há uma particularidade na minha família, que espero que passe para as próximas gerações, e que aqui deixo em forma de confissão.

Temos a mania de, quando passa um filme, desenho animado, ou coisa do género, baixamos o som e fazemos nós mesmos a nossa história, completamente sem ponta por onde se pegue e só debochando do trabalho alheio, apenas ajudados pelas imagens.

Minha irmã me disse que fazia o mesmo com nosso irmão mais novo, um rapaz cheio de veia cómica, portanto, é mal de família mesmo.

Fiz isso outro dia, aproveitando um filme vetusto, de 1926 - Nosferatu, meu filho mais novo adora, tal como eu, filmes de vampiragem. E nada melhor do que começar pelo clássico, o primeiro de todos e o que dá mais vontade de fazer a dobragem....

Aproveitando os gestos excessivos que todo filme mudo tem, pra poder exercer o meu lado de actriz cómica falhada, fiz uma história bem bonitinha. Meu filho desistiu de ver o filme, rindo até às lágrimas e eu me senti frustrada, pois queria mostrar o grande final. Azar. É duro ser incompreendida.

Qual não foi meu espanto em constatar, que além de ter mais gente com o meu vício, ainda por cima publicam no YouTube....e eu aqui desperdiçando meu talento. E foi meu filho, que tanto me criticou, que achou este pequeno trecho de um filme recente , numa nova versão.

Aqui fica este filminho.







Eu adorei.....