quarta-feira, 9 de abril de 2008

Estou aqui de pedra e cal...mais ou menos




Já era para ter escrito qualquer coisa na Segunda - Feira, o meu inferno semanal, mas achei que seria demais estar sempre a xingar este dia da semana onde tudo acontece. Se bem que acordei na madrugada desse dia, estremunhada por causa dos berros de um noctívago que berrava em plenos pulmões : " EU QUERO MORRRREEEER", pelo menos uma 20 vezes. E não houve uma alma caridosa que acabasse de vez com a agonia desses desgraçado que tanto chamava pela morte. Ele também poderia usar a imaginação e se jogar do viaduto, ou do castelo...mas não. Só berrava em plenos pulmões.

Nem vou falar de ter perdido a hora de me levantar, são daquelas coisas que a gente não pode remediar: esqueci de ligar o despertador.
Dos meus dois filhos terem perdido as as duas primeiras aulas do dia, aliás... foi o meu mais velho que foi ao quarto me perguntar se a gente ia ou não se levantar...foi um dia que começou mesmo com o pé esquerdo.

Sem contar a meia hora que andei atrás dele, do mais velho, pra lhe dar o xarope caseiro pra tosse, que é tiro e queda mesmo, só tem o inconveniente de levar cebola, não tem o gosto, mas o cheirinho, está lá sim.

Nem vou sequer falar da ida ao Banco, é para esquecer. Vou falar de uma coisa que me deixou a pensar:

Ia eu no autocarro, pensando na minha vida e meio ensonada, quando escuto uma senhora contando para outra, que acorda religiosamente , todos os dias, pelas seis da manhã. E que não precisa de relógio, nada, até nas férias acorda a essa hora. Me deu arrepio.

Não gosto da minha vida condicionada pelo relógio. Aquele que faz tic tac, aquele que me acorda todos os dias, o que me diz as horas em que tenho que fazer as coisas. Infelizmente, a vida não me permite viver do meu relógio natural, o biológico, aquele que uso nas férias. Nessa altura, como quando quero, durmo quando e quanto quero, faço as minhas actividades só quando me apetece.

Infelizmente vivo na ditadura do relógio, do despertador. Justo eu, que segundo a minha mãe dizia, tenho sono igual de morto (morto sonha?). Mas a verdade, é que se formos ver bem, no fundo somos animais. E se a gente for ver bem como os animais se comportam, eles comem quando querem, e dormem quando lhes dá na real gana.

Quem é que não sentiu aquela sonolência depois do almoço, onde ficamos de olhar fixo ,perdido sabe deus onde, pensando na morte da bezerra? Em algumas empresas europeias, estão adoptando a hora da sesta. Nisso, os espanhóis estão anos luz à frente do resto do mundo, la siesta, que são mais ou menos umas 3 horas, é facto consumado por lá. Precisa de ir numa loja? Precisa de ir no supermercado?? Tás tramado. Fechado pra hora da siesta. Mas em compensação, trabalham até às onze da noite ou mais.

De todas as invenções feitas pelo homem, pra mim, o relógio e a bomba atómica estão elas por elas. E daria pano pra manga uma pesquisa séria sobre os nossos hábitos e o relógio. Quem sabe, aquelas mães que reclamam tanto porque os filhos comem mal, não estarão apenas, dando, forçando alimentação na hora errada?? Porque é que eu tenho que ter fome pra almoçar ao meio dia ou à uma?? Quem convencionou isso?? Eu é que não fui de certeza absoluta. Sou completamente à favor do uso do relógio biológico. Isso, seria perfeito, num mundo perfeito. E o meu não é.

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