sexta-feira, 18 de abril de 2008

A gente paga a língua ou o peixe morre pela boca



Fui criada ouvindo música clássica em casa, aliás, minha irmã já comentou isso no blog dela. Mas eu escutava na marra, fosse Ópera, fosse o que fosse. Imagine fazer uma viagem enorme de carro e no toca fitas Madame Butterfly. E eu me perguntava, se ela estava morrendo, porque não tinha a bondade de morrer de uma vez!! Como réplica, meu pai colocou Dama das Camélias, e aquela gaja ficava no "io moro, io moro" e nunca mais acabava por morrer....

Quando tive idade suficiente pra mandar no que gostava de ouvir, deambulei por vários géneros musicais e prometendo à mim mesma, nunca impor aos meus filhos fosse o que fosse de musical.

Cumpri a palavra, apesar de apresentar, conforme a idade e a curiosidade, diversos tipos de música. Apresentei Pink Floyd, Doors, Queen, Depeche Mode, e Mosart. Meu filho mais velho adorou Mozart, apesar de gostar mais de Rap e Jazz.
O mais novo, de temperamento mais fechado, mais tímido, sempre se sentiu atraído aos Góticos e Havi Metal. Mas adorou Carmina Burana, e continua acérrimo defensor da música gótica.

No zaping habitual, passamos pelo canal Mezzo, onde nem sempre aparece só música clássica, também tem jazz, fusão e afins. Foi aí que descobri Jeff Mills, e que o meu filho gótico descobriu hoje Vivaldi e As Quatro Estações.

"Mãe, tens isso??"

"Tenho sim, queres?"

Sei que empurraram goela abaixo isso, assim como muitas mais coisas na minha vida quando tinha a idade deles. Mas aprendi com os erros alheios, e aprendi deixar espaço para a procura e curiosidade. Deixar que os ouvidos se apaixonem ou não por uma melodia, uma música.

Amar uma coisa, deve ser um acto espontâneo, não imposto. E assim tem sido a minha maneira de ensinar os meus filhos a respeitar os limites de cada um, mas sempre se desafiado a conhecer coisas diferentes.

E assim, meus filhos ainda no começo da adolescência, escutam os pesadões da rocada, como escutam Mozart, Vivaldi e Chopin. Gostam de Jazz, Blues e Jive. Gostam do que gostam, mas gostam de escutar outras coisas. Acho que estou me saindo muito bem.

Modéstia à parte, tenho uma bela colecção musical, onde passa por quase tudo. Percorre quase todos os continentes, e géneros musicais. Porque , quem sabe? Eu posso não gostar de algo, mas meus filhos, meus amigos poderão não é? E não é na diversidade que este mundo é mais colorido??

3 comentários:

FAXINEIRA disse...

Bom.... eu diria que o gosto musical está no sangue. Somos uma família de músicos (frustrados/mal-sucedidos?) e o ouvido musical é sim passado pela genética.

Alguém essa hora está se revirando de satisfação no caixão....ahahahahahah

Anónimo disse...

Sem falar no talento nato pra tocar ke este menino tem....
E precisava lembrar do falecido?? Eu mordo a língua cada vez ke falo de música clássica por causa disso...

Anónimo disse...

Aprendi muito